CORONAVIROSE CANINA

Aqui você encontrará um resumo, mapas mentais, estudos dirigidos e materiais complementares sobre a Coronavirose Canina

MODO ESCURO

  1. INTRODUÇÃO

Os coronavírus são vírus altamente pleomórficos, grandes, esféricos, com envelope e filamento único de RNA, pertencente à família Coronavidae, subfamília Coronavirinae, gêneros Alphacoronavirus, Betacoronavirus, Gammacoronavirus e Deltacoronavirus. Afetam células epiteliais do trato respiratório e entérico de mamíferos e aves e eventualmente o trato reprodutor, urinário e sistema nervoso. São responsáveis pelas seguintes doenças em animais domésticos:

  • Equinos (ECov) – enterocolite neonatal;
  • Bronquite infecciosa das galinhas;
  • Bovinos (BCov)- Diarreia neonatal e disenteria de inverno em adultos;
  • Suínos – Gastroenterite transmissível (TGE – 1946), Encefalomielite hemaglutinante (EHV – 1962), Diarréia epidêmica porcina (PED – 1977), Coronavírus respiratório porcino (CRPv – 1984); Diarréia por Deltacoronavírus (PDCoV – 2009);
  • Felino – coronavírus entérico felino (FCoV) e vírus da peritonite infecciosa felina (PIF);
  • Canino – coronavírus entérico canino (CCoV) e coronavírus respiratório canino (CoVRC)colocar os dois (entérico e respiratório)

 

  1. ETIOLOGIA

Os coronavírus apresentam envelope lipídico, genoma de RNA fita simples não segmentado de sentido positivo e nucleocapsídeo helicoidal.  Possuem o maior genoma viral de RNA conhecido até o momento: 27 a 32 kb, codifica uma replicase poliproteica e quatro proteínas estruturais: proteína S, (do inglês spike), região de maior variabilidade genética, relacionada a anticorpos neutralizantes e adsorção do vírus na membrana do hospedeiro; proteína da matriz(M) e proteína do envoltório (E), responsáveis por manter a estrutura do vírus; e uma do nucleocapsídio (N), conferindo estabilidade do RNA.

O vírus pode sobreviver por 7 semanas em ambiente seco, mas é inativado facilmente por desinfetantes e detergentes domésticos.

Existem dois tipos de coronavírus felino (FCoV), os do tipo I são considerados as únicas cepas felinas. Já os FCoV do tipo II surgiram da recombinação entre o tipo I e do coronavírus canino (CCoV) tipo II. Ambos os tipos podem causar PIF e ainda não está elucidado se um dos dois tipos tem mais capacidade de causar PIF do que o outro. Pode haver infecção concomitante no mesmo indivíduo com os dois tipos de FCoV.

O coronavírus canino do tipo I é geneticamente similar ao FCoV do tipo I. O CCoV do tipo II é subdividido em IIa e IIb: O tipo IIa clássico é geneticamente similar ao coronavírus felino do tipo II; já o tipo IIb sofreu recombinação com coranovírus análago ao do suíno (TGEV – like).

O vírus da peritonite infecciosa felina (PIF) se origina da mutação do coronavírus felino em um hospedeiro, causando a doença de letalidade alta, denominada PIF.

 

  1. EPIDEMIOLOGIA

Existem cepas entéricas que são o CCoV tipo I, CCoV tipo II e a cepa pantrópica, que foi primeiramente relatada em 2005 e originou-se de mutação do CCoV tipo II e possui maior patogenicidade. Dentro do gênero betacoronavírus, existe também uma cepa que afeta o trato respiratório mas tem baixa patogenicidade e sua sintomatologia normalmente está associada a outros agentes em casos sintomáticos. A via de infecção é a via oral/fecal, sendo áreas contaminadas por animais portadores a principal fonte de infecção. É eliminado nas fezes por semanas até meses e é estável em pH de 3 a 9, mas pode ser destruído por hipoclorito de sódio, detergentes e quaternário de amônio.

 

  1. PATOGENIA

O vírus faz sua primeira replicação nas células epiteliais maduras do topo das vilosidades do intestino delgado. Com a replicação viral, ocorrem danos às células epiteliais, seguido pelo encurtamento e perda das microvilosidades destas. As células da cripta intestinal se tornam hiperplásicas devido à destruição celular das células do topo e as células produzidas não amadurecem de forma adequada, havendo vilosidades atrofiadas e fundidas, comprometendo a absorção intestinal. Os animais podem ser sintomáticos ou não. Se houver coinfecção com parvovírus canino, que tem sua replicação nas células da cripta, a sintomatologia se torna grave.

A cepa pantrópica, que é a mutação a partir do CCoV do tipo II adquiriu capacidade de se disseminar para outros tecidos e possui a sintomatologia semelhante à parvovirose.

  1. SINAIS CLÍNICOS E EVOLUÇÃO

O período de incubação do agente é de 1 a 4 dias. O coronavírus canino causa diarreia moderada em cães neonatos e jovens e normalmente não ocorrem complicações nos quadros clínicos. A diarreia tem início súbito, possui cor alaranjada, fétida e sem sangue. Os cães não apresentam febre e podem ter eventualmente vômitos. Ocorre a recuperação espontânea em um período de 8 a 10 dias.

Na infecção pela cepa pantrópica, que é mais patogênica, o animal apresenta febre, vômito, diarreia hemorrágica, leucopenia, ataxia, convulsões, efusão abdominal, consolidação pulmonar multifocal, infarto renal, vindo à óbito em 2 dias.

 

  1. PATOLOGIA CLÍNICA

O sinal mais evidente no hemograma é a leucopenia quando o cão é acometido pela cepa pantrópica.

 

  1. ACHADOS DE NECROPSIA

Os achados de necropsia são referentes à infecção pela cepa pantrópica e compreendem: enterite hemorrágica, efusão abdominal serossanguinolenta, pneumonia e hemorragia renal.

 

  1. DIAGNÓSTICO

O diagnóstico pode ser realizado através de microscopia eletrônica, observando a partícula viral que é grande com presença de espículas em sua superfície. O isolamento de cultura em células pode ser realizado também, porém é difícil devido à rápida perda do envelope pelo vírus. Ademais existem kits para detecção de antígeno ou anticorpo e o RT-PCR para detecção do genoma viral. A cepa pantrópica, que é a mutação a partir do CCoV do tipo II adquiriu capacidade de se disseminar para outros tecidos e possui a sintomatologia semelhante à parvovirose.

 

  1. TRATAMENTO

O tratamento consiste no suporte hidroeletrolítico devido às perdas nas diarreias e vômitos.

 

  1. PROFILAXIA E CONTROLE

A prevenção é realizada com aplicação da vacina com vírus inativado (Brasil) e Vírus Vivo Modificado (licenciada nos EUA). São aplicadas 2 doses com revacinação anual (associada a outros antígenos vacinais). A vacina não impede infecção e as vacinas comerciais não conferem proteção para a cepa pantrópica.

 

  1. REFERÊNCIAS

GREENE, C., E. Doenças infecciosas de cães e gatos, 4 ed., Editora Guanabara. Rio de Janeiro, 2015.

MEGID, J.; RIBEIRO, M.G.; PAES, A. C. Doenças infecciosas em animais de produção e  de companhia, 1 ed., Editora Roca. Rio de Janeiro, 2016.

SLIDES DE AULA DO PROFA DR MARIA HELENA COSENDAY – DOENÇAS INFECCIOSAS DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS – CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA DA FACULDADE DE VETERINÁRIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE.

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